Para a entidade, as alterações propostas nesta sexta (5) pelo BC vão gerar uma “demanda perene de supervisão adicional”
Por:Sandra Manfrini, do Estadão Conteúdo
A ANBCB (Associação Nacional dos Auditores do Banco Central) criticou as medidas anunciadas nesta sexta-feira (5) pelo BC, para aumentar a segurança no SFN (sistema financeiro nacional).
Em nota, a entidade diz que o pacote “é um paliativo que não ataca o cerne do problema enfrentado pelo Banco Central”.
“Sem recursos humanos suficientes e com o conhecimento técnico especializado necessário, não há condições adequadas para autorizar, supervisionar e monitorar efetivamente as instituições envolvidas”, diz a ANBCB.
A entidade destaca que, dentre as medidas anunciadas, está a aceleração do calendário para autorização de IPs (Instituições de Pagamento). A previsão inicial é de que pelo menos 75 novas instituições entrem com processo de autorização junto ao BC.
“O calendário original previa um escalonamento, no qual as IPs teriam que solicitar autorização ao BC até dezembro de 2029. O prazo considerava a quantidade de pessoal disponível no BC e o tempo necessário para avaliar de forma criteriosa o cumprimento dos requisitos mínimos de funcionamento das instituições, com vistas a garantir a solidez do SFN. O novo prazo prevê que as IPs entrem com o pedido de autorização até maio de 2026, condensando um esforço de 52 meses em 8 sem a estrutura compatível”, afirma a entidade.
Segundo a ANBCB, o Banco Central tem capacidade operacional para autorizar em média quatro IPs por mês, o que significa que a autoridade monetária demoraria quase quatro anos para conceder essas autorizações, ressalta.