Defesa afirma que a investigação da PF parte de premissas incorretas e que o BRB não sofreu prejuízo com as operações
A defesa do banqueiro Daniel Vorcaro, dono e presidente do Banco Master, divulgou neste sábado (22) uma nota em que afirma ser “inexistente” a fraude estimada pela Polícia Federal em R$ 12 bilhões. Vorcaro foi preso na segunda-feira (17) pela Operação Compliance Zero, que apura um esquema envolvendo carteiras de crédito consignado supostamente fictícias e a venda desses ativos ao Banco de Brasília (BRB).
Segundo a Polícia Federal, o Master teria comercializado carteiras de crédito fraudulentas e oferecido CDBs com taxas incompatíveis com as praticadas pelo mercado, sugerindo promessa de remuneração irreal. A defesa, porém, sustenta que todas as operações ocorreram “dentro das regras” e que o banco agiu em “boa-fé” ao substituir carteiras com documentação fora do padrão.
Os advogados afirmam que as carteiras sob investigação foram originalmente adquiridas pelo Master de terceiros, responsáveis pela documentação. Alegam ainda que o BRB teria sido protegido por garantias contratuais e que as carteiras questionadas “jamais foram transferidas definitivamente” ao banco brasiliense.
A nota destaca que mais de R$ 10 bilhões das operações já teriam sido substituídos ou liquidados, conforme comunicado divulgado pelo próprio BRB. Em ofício citado pela defesa, o Banco Central (BC) reconhece que, nas carteiras originadas pelo próprio Master, não havia indícios de irregularidades. Para a defesa, portanto, o principal fundamento da investigação — a suposta fraude bilionária — “não existe”.