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Como a Economia Colaborativa pode impactar a Sociedade

Toda uma economia está emergindo em torno do intercâmbio de bens e serviços entre indivíduos no lugar de empresas e consumidores. Esta é a redefinição das relações de mercado entre vendedores tradicionais e compradores, expandindo modelos de transação e consumo e impactando modelos de negócios e ecossistemas. Esta é a base da economia colaborativa. Três forças de mercado dão o tom à economia colaborativa: tecnologia, economia e sociedade. Neste post, vamos nos debruçar no pilar da sociedade.

Os fatos que geram o aumento da economia colaborativa são impulsionados e ativados pelas forças do mercado que estão convergindo agora devido ao aumento da densidade populacional, a necessidade coletiva pela sustentabilidade, desejo para uma comunidade mais solidária e uma geração que busca um maior altruísmo.

A densidade populacional permite que o compartilhamento e a colaboração ocorram com menos fricção. A colaboração de geolocalização (Waze) ou compartilhamento de carros (Vulog), tempo (Bliive) ou de carona (Blablacar) e outros serviços de compartilhamento prosperam nas grandes cidades onde espaços são limitados concorridos, fazendo que o compartilhamento e colaboração torna-se uma necessidade inexorável para se coexistir num ambiente com qualidade de vida.

Há também uma crescente conscientização sobre o impacto ambiental de nossos hábitos de consumo voltada à sustentabilidade. A sociedade está mudando o senso de propriedade, percebendo que é melhor ter acesso do que ter a propriedade. É mais simples e a tecnologia permite que também seja mais barato. Uber, Cabify e Lyft (ainda fora do Brasil) são exemplos de que o transporte pode ser mais viável para uso em escala maior do que tem sido atém então com os taxis. Mirando na redução de vendas futuras de automóveis, a General Motors, por exemplo, é acionista da Lyft de peso, sendo que a reposição de automóveis será feita com a empresa por baixo custo. Esta é a linha esperada na qual o proprietário de uso privado diminuirá para dar lugar ao de uso coletivo. Segundo Kristin Sverchek da Lyft: “O objetivo de longo prazo não é perturbar os táxis, mas gerar a noção de propriedade de carro individual.” Revender, alugar, co-possuir ou regalar maximiza o uso e reduz o impacto de bens físicos que uma vez foram comprados e descartados após uso limitado.

Existe também um desejo latente de se conectar com pessoas e comunidades. Com o Airbnb, além da otimização de recursos ociosos, os hóspedes preferem a experiência de ficar em uma casa ou em um bairro, do que em um hotel onde seu nome é o número do quarto. Antonin Leonard, fundador da economia compartilhada OuiShare, sem fins lucrativos, afirma: “Há uma mudança cultural que acontece – as pessoas querem confiar nas pessoas, não apenas em empresas”. Os indivíduos agora podem ignorar marcas sem rosto à medida que transacionam um com o outro.

E por fim, o altruísmo. As novas gerações querem fazer o bem. Uma pesquisa recente da UCLA (University California, Los Angeles) descobriu que mais de 75% dos novatos que entram na Universidade, acreditam que é “essencial” ou muito importante” ajudar outras pessoas em dificuldade, os maiores resultados em 36 anos de pesquisa.
Coletivos do terceiro setor como Lixo Zero ou Teto, por exemplo, surgem alicerçados na colaboração e sustentabilidade com uma comunidade mais solidária.

Os coworkings também surgiram na esteira da economia colaborativa. Analogamente à pirâmide de Maslow, todos estão sob o manto da otimização de recursos devido à densidade populacional, alguns trabalham com sustentabilidade, poucos entendem que trabalham com a comunidade e em menor número, temos espaços altruístas. Isto apenas no pilar de sociedade, sem considerar os pilares de economia e tecnologia que falaremos em posts posteriores.

Nos últimos anos ocorreram no Brasil alguns congressos, sejam nacionais com as edições de 2015 em São Paulo, 2016 no Rio de Janeiro e este último sábado, dia 8/jul, novamente em São Paulo no Cubo, bem como a primeira edição internacional  com o GCUC South America – a maior edição de congressos de coworking do mundo, com edições nos EUA, Canadá, Australia, China e América do Sul –  também em São Paulo em 2016. Participar, produzir ou colaborar com estes eventos tem o objetivo de contribuir com a inversão desta pirâmide de forma a termos uma sociedade mais colaborativa e altruísta. É um caminho sem volta e queremos fazer parte desta mudança. Você também aceita?