Ibovespa opera em baixa à espera de Fed e de olho em PEC da Transição
No dia anterior, o principal índice da bolsa de valores de São Paulo caiu 0,65%, a 109.037 pontos.
Por g1
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, operava em queda nesta quarta-feira (23), pelo segundo dia consecutivo, na medida em que investidores aguardam a possível formalização da PEC da Transição nesta semana e seguem à espera da ata do Federal Reserve (Fed) que pode mostrar debate sobre riscos das altas agressivas de juros.
Às 16h15, o Ibovespa caía 0,47%, a 108.522 pontos.
No dia anterior, o índice recuou 0,65%, a 109.037 pontos. Assim, até terça (22), o índice acumulava queda de 6,03% no mês, enquanto, no ano, marcava alta de 4,02%.
O que está mexendo com os mercados?
No cenário internacional, a atenção se volta para a divulgação da ata da reunião de novembro do Federal Reserve (Fed, BC dos EUA) nesta quarta-feira (23), depois que algumas autoridades do banco central reiteraram o compromisso de continuar com o aperto da política monetária até que a inflação esteja sob controle.
Depois de uma corrida neste ano para aumentar a taxa de juros, o Federal Reserve mudou neste mês para uma abordagem mais sutil, vista como um meio-termo entre as autoridades mais preocupadas com a inflação e aquelas temerosas de que mais aumentos fortes dos juros possam abalar a economia ou estressar os mercados.
A ata da reunião de 1 a 2 de novembro, que será divulgada nesta quarta-feira, pode mostrar o tamanho de qualquer desentendimento que tenha começado a surgir no banco central, conforme o Fed encerra o esforço para aumentar os juros e começa a avaliar passos menores para uma eventual parada.
Enquanto isso, os surtos de Covid-19 na China aumentavam as preocupações sobre uma possível desaceleração de seu crescimento. Pequim fechou parques, shoppings e museus nesta terça-feira, enquanto mais cidades chinesas retomaram os testes em massa para Covid-19, em meio a um aumento de casos que aprofundou a preocupação com a economia e diminuiu as esperanças de uma reabertura rápida.
No cenário local, investidores se mantêm atentos aos próximos passos em relação à PEC da Transição, em meio à incerteza sobre a sustentabilidade das contas públicas no longo prazo, e ao processo de escolha das equipes ministeriais oficiais de Lula.
Os agentes financeiros ainda monitoram os desdobramentos do questionamento feito pela coligação do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o resultado das eleições presidenciais. A coligação ingressou com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na véspera, pedindo uma verificação extraordinária dos resultados da eleição de 2022, alegando que o suposto mau funcionamento de alguns modelos de urnas eletrônicas no segundo turno deram equivocadamente a vitória a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em resposta imediata à petição, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, determinou que a coligação do presidente faça um aditamento ao pedido inicial para que abranja também o resultado do primeiro turno, ao destacar que as mesmas urnas eletrônicas foram usadas. Se não fizer isso em 24 horas, o pedido poderá ser arquivado.