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Ibovespa abre dia em alta, puxado pelo otimismo no exterior

No dia anterior, principal índice da bolsa de valores subiu 1,38%, a 113.624 pontos.

Ibovespa opera em alta nesta terça-feira, 18 — Foto: Pexels

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, abriu em alta nesta terça-feira (18), em mais um pregão marcado pelo bom humor nos mercados internacionais.

Às 10h11, a Bolsa registrava variação positiva de 1,25%, aos 114.136 pontos.

No dia anterior, o Ibovespa subiu 1,38%, a 115.044 pontos, acompanhando o bom desempenho das ações da Vale e da Petrobras e o clima favorável observado no exterior. Com o resultado, o índice acumula alta de 3,26% no mês e de 8,40% no ano.

O que está mexendo com os mercados?

No cenário interno, a agenda do dia não conta com a divulgação de dados econômicos de grande impacto sobre o mercado. Em contrapartida, os investidores seguem atentos à corrida eleitoral entre Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que concorrem à Presidência da República. O segundo turno das eleições está marcado para o próximo dia 30.

Nesta manhã, o Ipec divulgou sua terceira pesquisa de intenção de votos para o segundo turno presidencial. Lula tem 51% dos votos, contra os 52% registrados nas últimas duas pesquisas, e Bolsonaro tem 43%, contra os 42% da primeira rodada de entrevistas.

De acordo com Rachel de Sá, chefe de economia da Rico, o bom humor no mercado interno deve-se também aos mercados internacionais. Nos Estados Unidos, o destaque é o início da temporada de balanços corporativos das empresas listadas nas bolsas americanas, que têm trazido números melhores do que o esperado até agora.

“Por mais que nossas empresas não tenham grande relação com esses resultados, a surpresa positiva abriu espaço para impulsionar certo apetite ao risco que ‘contamina’ positivamente investidores além das fronteiras americanas”, pontua a especialista.

Além disso, os olhos do mercado também permanecem voltados ao Reino Unido. Segundo a equipe de análise do BTG Pactual, investidores se mostram mais otimistas com a economia e os negócios britânicos depois do novo ministro das Finanças, Jeremy Hunt, reverter a maior parte dos cortes tarifários planejados pelo seu antecessor, que haviam “estressado o mercado”.

“Além disso, o Banco da Inglaterra (BoE) disse que é imprecisa a notícia do Financial Times sobre atraso na venda de dívida”, ressaltam os especialistas, pontuando que isso contribuiu para a melhora nos ânimos do mercados com ativos de risco.

Como o real, assim como outras moedas de países emergentes, é considerado um ativo de risco, quando há melhora no humor dos investidores, a moeda brasileira tende a ser beneficiado frente ao dólar. A mesma ideia é válida para o mercado nacional de ações.

No entanto, mesmo com a desvalorização da moeda dos Estados Unidos desde o dia anterior e o desempenho positivo das bolsas de valores em nível global, participantes do mercado alertam que esta deve ser uma semana turbulenta em meio a temores globais de aperto monetário, tensões geopolíticas e incertezas político-fiscais domésticas.

Em entrevista à Reuters, Renan Mazzo, chefe de câmbio da SVN Investimentos, afirmou que “essa é uma semana um tanto quanto turbulenta quando a gente olha o cenário externo”. O especialista destaca as preocupações com a guerra da Rússia na Ucrânia e a disseminação da Covid-19 na China.

A Rússia atacou cidades ucranianas com drones na última segunda-feira, na segunda grande onda de ataques aéreos em um semana, enquanto, na China, o presidente Xi Jinping reiterou no fim de semana a eficácia de sua política de Covid-zero.

“Essas questões, somadas à questão da inflação global, preocupação com recessão, os bancos centrais subindo juros, (formam) um cenário bem turbulento… Tende a haver bastante volatilidade ao longo da semana”, disse Mazzo.