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Em junho, inflação deve completar 12 meses de desaceleração

Para especialistas, queda se deve principalmente aos recentes cortes de preços por parte do governo.

Os últimos 11 meses (jul/2022 a mai/2023) foram marcados por quedas sequenciais no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e, de acordo com especialistas ouvidos pela CNN, os números da inflação de junho devem apresentar queda por mais um mês.

Se a desaceleração de junho se confirmar, ela dará sequência a um efeito dominó que não era observado desde 2016, quando o IPCA mensal acumulou queda de 12 meses consecutivos (set/2016 a ago/2017).

Para os especialistas, a previsão de queda acontece principalmente por conta dos recentes anúncios de cortes em preços por parte do governo, incluindo o de combustíveis e os descontos na compra de automóveis.

No entanto, eles destacam que ainda é preciso ter cautela em relação aos números.

“Ainda parece meio cedo para achar que o problema inflacionário está resolvido a partir desta queda e de medidas governamentais que ainda não têm sustentação muito sólida”, observa Juliana Inhasz, professora de economia do Insper.

Marco Caruso, economista-chefe do Banco Original, afirma que as estimativas da instituição apontam que a mínima do IPCA de 12 meses deve ser batida este mês, com 3,20%. “Porém, a partir do mês de julho, certamente a inflação deve começar a subir. Para dezembro, por exemplo, esperamos um fechamento de 4,90%”, destaca.

Impacto da inflação no corte de juros

Para os especialistas, apesar da expectativa de queda no IPCA de junho, o impacto da deflação no corte da taxa de juros do Brasil só será sentido se ela ocorrer de forma efetiva e persistente.

Para Juliana, o Banco Central (BC) ainda não vê solidez nos números da inflação para proceder a quedas ou ajustes da Selic. “Se temos o IPCA subindo menos porque dois ou três produtos importantes dentro do índice estão em queda enquanto outros sobem, não se pode dizer que há firmeza para reduzir os juros”, afirma.

A economista Laura Moraes, da Neo Investimentos, diz que o objetivo do BC com a elevação dos juros é o controle da inflação, mas destaca que o IPCA precisa regredir de forma sólida para que os cortes na Selic aconteçam.

“À medida que a inflação passa a desacelerar e mostrar sinais convincentes de que está indo em direção à meta, o BC pode começar o ciclo de corte de juros”, explica.

Marco Caruso afirma que a importância da inflação atual na tomada da decisão de queda da taxa Selic é muito baixa. “Neste caso, o que mais importa é a expectativa de inflação daqui para a frente”, explica o especialista.

Nos cinco meses de 2023, a alta acumulada do IPCA é de 2,95% e de 3,94% nos últimos 12 meses. Com o resultado de maio, a inflação de 12 meses se aproxima da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).