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Dólar dispara 21% na Argentina e BC sobe juro para 118% após força de Milei nas urnas

Todos os principais ativos financeiros argentinos reagem negativamente ao resultado das urnas; leitura de que há chance de vitória de um candidato com ideias radicais, o investidor prefere vender e os preços despencam

A economia da Argentina sangra na primeira manhã após o ultradireitista Javier Milei surgir como grande vencedor das eleições primárias. O dólar dispara mais de 20%, os títulos argentinos caem mais de 10% e, em reação, o Banco Central da Argentina subiu o juro básico em 21 pontos, para 118% ao ano.

Todos os principais ativos financeiros argentinos reagem negativamente ao resultado das urnas. Com a leitura de que há chance de vitória de um candidato com ideias radicais para a economia da Argentina, o investidor prefere vender e os preços despencam.

A primeira – e mais explícita – reação aparece no câmbio. A moeda argentina sofre forte desvalorização desde os primeiros negócios. Às 11h30 no horário de Brasília, o dólar oficial era negociado com alta de 21,81%, a 394,95 pesos. Há oito meses, no fim de 2022, o dólar era negociado a 176 pesos no mercado oficial – entre bancos. Desde então, subiu 124%.

No mercado paralelo, o chamado “dólar blue”, também sobe cerca de 10% e o dólar é negociado nesta manhã por volta de 670 pesos nas casas de câmbio do centro de Buenos Aires, segundo a imprensa argentina.

O efeito, porém, vai além do dólar. A Bolsa de Buenos Aires abriu os negócios com queda superior a 3% do índice Merval. Em Nova York, títulos da dívida argentina – que já são negociados com grande desconto diante do risco de calote – começaram a semana com quedas que chegaram a 13% diante da leitura de piora das condições do país vizinho.

BC sobe juros

Em reação à piora dos ativos, o Banco Central da Argentina reagiu com aumento do juro básico da economia, a taxa Leliq. No mercado interbancário – onde o BC atua junto aos bancos – a taxa praticada nesta segunda-feira já aumentou 21 pontos percentuais, para 118% ao ano. Até sexta-feira, estava em 97% ao ano.

Economista de 52 anos, Javier Milei afirma ser libertário e antissistema. Entre suas ideias, defende a extinção do Banco Central e a dolarização da economia argentina. Milei diz que o Estado é uma das principais fontes de problemas da Argentina e, por isso, defende reduzir a presença estatal e ampliar o poder privado. Já defendeu, por exemplo, legalizar o comércio de órgãos humanos.